sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Enterrem meu coração na curva do rio

A enxurrada de livros traduzidos que as editoras nacionais trazem para o mercado brasileiro reacende uma velha questão. O que tem a nossa cultura, e os nossos leitores, a ver com o que se passou em Newark na década de 60? Este é um exemplo tirado do enorme sucesso editorial nos Estados Unidos de autoria de Philip Roth que acabei de ler, American Pastoral. Premiadíssimo, lá. Para nós, que mal conseguimos pronunciar "Newark", e cuja problemática dos anos sessenta na nova classe média americana diz muito pouco, o livro é chato. Sem discutir os méritos do autor, que são muitos. A mesma coisa de um livro de autor irlandês que li outro dia, cuja trama se passa nas trincheiras da primeira grande guerra, e nas estradas do interior da Inglaterra.

Agora, pergunto: alguém aí já leu alguma história que se passa em Sabará no século XVIII?  Época de El-Rei D. José I e do Marquês de Pombal. Sim, Sabará, terra de nossa autora independente Josélia Teles, esta cidade colonial de Minas Gerais esquecida dos turistas e do poder público. Penso que as editoras brasileiras ainda têm o péssimo hábito de decidir que o que é bom para os americanos, é bom para o Brasil, tal qual se dizia que o chanceler Juracy Magalhães teria resumido a nossa postura internacional na década de 60. Discordo das editoras.

E atenção, se você ainda não leu um romance que se passa na Minas Colonial, a oportunidade está aqui mesmo em nossa Livraria Virtual. O livro é Sabará 18.

 E para terminar, um pouco da nossa cultura. O Rio Sabará, que banha a cidade colonial de Sabará nasce em Caeté, antiga Vila Nova da Rainha, e termina no Rio das Velhas. O encontro dos dois forma a "curva do rio", uma possível interpretação para o nome de Sabarabussu.

(28 de dezembro de 2012)




Dom José I, chamado de O Reformador, "Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc." . Esteve no centro de uma grande tragédia no século XVIII, e que pode ser lida na nossa postagem Marco do Chão Salgado.

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