O Colégio Arnaldo, de Belo Horizonte, comemorou cem anos em 2012. Passei em frente outro dia, descendo a Avenida Bernardo Monteiro, e fiquei admirando o prédio restaurado e imediatamente comentei com quem estava ao lado como era possível construirmos estes autênticos monumentos que resistem ao tempo há cem anos, e hoje (em 2013) temos um estádio como o Engenhão, no Rio, interditado apenas cinco anos após inaugurado.
O Colégio Arnaldo não é apenas um ícone de Belo Horizonte, e por onde andaram personalidades do livro como Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa. Marcou toda uma geração de belorizontinos. Foi ali, naquela capela neogótica, que eu ia à missa aos domingos, ainda de calças curtas, e foi onde mandamos celebrar em 1988 uma outra missa muito dolorosa para nós. Esse livro aí ao lado, "Colégio Arnaldo - uma escola nos trópicos", de José Maria Cançado (que também escreveu uma biografia do poeta Drummond), foi editado por C/Arte, e conta muitas histórias do velho Colégio, desde o seu início. Eu me lembro muito bem das que os amigos contavam naquela época sobre o padre "Coqueiro" (padre Guilherme Gross), um implacável disciplinador. Paulo Mendes Campos cita em um de seus poemas o "imenso dedo do padre Coqueiro".
O Colégio Arnaldo lá está, ocupando todo um quarteirão, oficialmente na praça João Pessoa, confluência de Carandaí com Brasil, antes da Praça Doutor Lucas Machado (nascido em Sabará, a quem conheci pessoalmente, sempre impecável). Ao lado daquelas mangueiras, para mim centenárias, da avenida Carandaí, e daquela Rua Ceará tão presente na minha infância.
(14 de abril de 2013)
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