Ao invés disso, fui consultar meu exemplar do Livro dos Mortos do Antigo Egito, uma edição primorosa da Livraria Barnes and Noble, cuja capa, em alto relevo, reproduz o escaravelho encontrado na tumba de Tutankamon, tradução de Raymond Faulkner e introdução de James Allen, curador do Departamento de Arte Egípcia do Metropolitan Museum of Art, em New York. Nele tentei encontrar alguma explicação, mas, claro, o livro seria leitura para os mortos apenas.
O Livro dos Mortos, como nós o conhecemos, é, na realidade, uma coletânea de litanias, perguntas e respostas, orações e evocações, escritas originalmente em papiros e colocadas ao lado dos sarcófagos. Dizem as más línguas que, já naquele tempo, os sacerdotes tinham várias versões, umas mais completas do que outras, conforme o poder aquisitivo do freguês. Sim, porque os papiros eram encomendados em vida, assim como um seguro. A ideia é de que quando Anúbis fosse despertá-lo para iniciar a sua jornada, o falecido teria à mão um roteiro para orientar suas respostas que o levariam, gradativamente, a alcançar a luz (ou não). Os antigos egípcios foram os primeiros a introduzir o conceito de que a alma deveria ser julgada pelos seus feitos morais. A pesagem das boas ações do falecido, que aparece em pinturas, na presença de Osíris, ilustra esta perspectiva.
O chamado Papiro de Ani, que encontra-se no Museu Britânico, é considerado um dos mais completos e perfeitos destes roteiros. Vários outros foram encontrados no Vale dos Reis, nas Pirâmides e em Tebas, com pequenas variações, e estes constituem o que chamamos atualmente do Livro dos Mortos (com cerca de 200 capítulos). A primeira tradução foi publicada em 1842 pelo egiptólogo alemão Karl Lepsius.
De qualquer forma, continuo sem resposta para o crocodilo do meu sonho.
(29 de maio de 2014)
O chamado Papiro de Ani, que encontra-se no Museu Britânico, é considerado um dos mais completos e perfeitos destes roteiros. Vários outros foram encontrados no Vale dos Reis, nas Pirâmides e em Tebas, com pequenas variações, e estes constituem o que chamamos atualmente do Livro dos Mortos (com cerca de 200 capítulos). A primeira tradução foi publicada em 1842 pelo egiptólogo alemão Karl Lepsius.
De qualquer forma, continuo sem resposta para o crocodilo do meu sonho.
(29 de maio de 2014)
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