Dizem por aí que os maiores responsáveis pelo sucesso profissional ainda são: a sorte, quem indica (o chamado know who) ou o diploma em escola de prestígio. Os que têm alguma experiência no mercado de trabalho sabem que não é bem assim. Quer dizer, isso pode até definir um emprego no primeiro momento, mas não assegura o sucesso que tantos procuram. O mais intrigante, entretanto, a quem se dispõe a olhar em torno de seu ambiente profissional com algum critério, é observar que em um grupo de pessoas com habilidades e competências equivalentes, muitas vezes oriundas da mesma faculdade, umas apresentam, sistematicamente, desempenho superior no trabalho. E isso se reflete diretamente no sucesso profissional. Por que?
A resposta, embora não seja tão simples, pode estar nas chamadas características de um bom desempenhador, e a boa notícia é que estas características são passíveis de serem desenvolvidas e aprimoradas, não se tratando de algo determinístico. Então, se isso é verdade, interessa aos indivíduos conhecer estas características e medi-las de alguma forma. Às empresas, em geral, interessaria tentar descobrir que candidatos a emprego possuem maiores chances de estarem neste grupo superior de desempenhadores.
Isto também significa que a família e a escola podem ajudar muito os atuais e os futuros profissionais do conhecimento, chamando sua atenção para essas características, e ajudando a corrigir desvios. A nós caberá descobrir como fazer para melhorar constantemente cada uma delas ao longo de sua vida.
Que características seriam essas? Segundo um estudo realizado no início dos anos 90 nos Estados Unidos, por uma comissão constituída de professores, representantes de empresas, e entidades do governo americano, cujo resultado foi posteriormente publicado sob o nome de Competências SCANS, essas características, chamadas no estudo de qualidades pessoais, seriam as seguintes:
RESPONSABILIDADE
A característica de esforçar-se para atingir e ultrapassar resultados esperados, cumprir compromissos, e assumir a condução completa de tarefas que lhe sejam atribuídas.
AUTOESTIMA
Acreditar em si mesmo, em suas potencialidades, em sua capacidade de realizar e de ultrapassar suas deficiências. Ter uma visão positiva de si mesmo e comportar-se sempre em iguais condições com os outros (aquilo que a análise transacional do Prof. José Mesquita Ayres chamava de estado "mais/mais").
SOCIABILIDADE
A capacidade de relacionar-se com uma equipe, demonstrando compreensão, adaptabilidade, flexibilidade, empatia e respeito por posições diferentes das suas.
AUTOGERENCIAMENTO
Planejar adequadamente suas atividades, gerenciar bem o tempo pessoal, estabelecer para si próprio metas razoáveis de serem atingidas, monitorar seu próprio desempenho e demonstrar autocontrole emocional.
INTEGRIDADE / HONESTIDADE
Ter um padrão de comportamento ético aceito pela sociedade. Penso que não dá mais para aceitarmos a corrupção e a fraude, se é que em algum momento da vida brasileira fomos consultados sobre isso.
Nós gostaríamos de acrescentar mais uma.
GARRA
Vontade de vencer, de realizar alguma coisa, determinação, persistência, força de vontade. Se é verdade que o sucesso, como se diz, é 20% inspiração e 80% transpiração, a garra faz muita diferença em qualquer profissional e em qualquer equipe.
Muitos poderão discutir se estas características são as mais adequadas. Entretanto, todos poderão concordar que existem fatores intrínsecos à personalidade humana que tornam uma pessoa mais predisposta a realizar tarefas no trabalho de forma superior, e com isto conquistar o respeito e o crescimento profissional.
Marcadores: Gestão
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