Alphonse Daudet, autor deste livro, viveu no século XIX e nos legou este extraordinário Cartas do Meu Moinho, com adaptação para o português do Brasil de Paulo Mendes Campos (na edição da editora Scipione). Aliás, ao lermos a frase "quentando ao sol", referindo-se a um gato magro, nota-se que alguém aqui nasceu em Minas e não foi Daudet. Este livro é uma preciosidade que todos os jovens e velhos deveriam ler, porque ajuda-nos a enfrentar com estoicismo a agoniada travessia de 2015 neste país em que vivemos. É pura poesia. Faz bem para a alma, como um bom vinho. Segundo meu amigo Bruno Bianchi, nascido e criado em Marseille, o livro todo exala o cheiro da Provence. Eu o li pela primeira vez, há muitos anos, na biblioteca da Ilha de Villegagnon, no Rio de Janeiro (como dizia o Otávio "dos píncaros augustos da Mantiqueira para a não menos famosa Villegagnon"). O cheiro era do mar.
Na introdução, contando que comprou um velho moinho de vento desativado há mais de vinte anos, o autor (ou personagem) diz "Dobrei e guardei o documento, sorrindo de pura satisfação pelo bom negócio, para espanto de outros passageiros. Certamente me tomaram por louco ou poeta..."
São histórias, pequenos contos e crônicas, que falam da vida simples do campo, e dos personagens que fazem parte deste cenário. Os moleiros, as cabras, o elixir do padre Canhoto, a mula do Papa. Como se sabe, em certa época da cristandade, o Papa morava em Avignon, e não em Roma. E Avignon fica na Provence. Seriam relatos escritos para os amigos em Paris, dando conta da vida tão diferente que o autor estaria experimentando. Talvez, a seu tempo, algo como tem feito nosso amigo Washington Conceição. Pena que esta edição brasileira seja apenas um apanhado, não contemplando a totalidade do original. Mas em contrapartida podemos nos deleitar com a adaptação feita por um Paulo Mendes Campos.
Hoje em dia é possível até visitar este moinho fictício, sim porque dizem que o autor nunca morou em moinho algum, em Saint-Alban-Auriolles. É o Museé Alphonse Daudet, montado na propriedade que pertenceu aos avós dele.
(1 de agosto de 2015)
Na introdução, contando que comprou um velho moinho de vento desativado há mais de vinte anos, o autor (ou personagem) diz "Dobrei e guardei o documento, sorrindo de pura satisfação pelo bom negócio, para espanto de outros passageiros. Certamente me tomaram por louco ou poeta..."
São histórias, pequenos contos e crônicas, que falam da vida simples do campo, e dos personagens que fazem parte deste cenário. Os moleiros, as cabras, o elixir do padre Canhoto, a mula do Papa. Como se sabe, em certa época da cristandade, o Papa morava em Avignon, e não em Roma. E Avignon fica na Provence. Seriam relatos escritos para os amigos em Paris, dando conta da vida tão diferente que o autor estaria experimentando. Talvez, a seu tempo, algo como tem feito nosso amigo Washington Conceição. Pena que esta edição brasileira seja apenas um apanhado, não contemplando a totalidade do original. Mas em contrapartida podemos nos deleitar com a adaptação feita por um Paulo Mendes Campos.
Hoje em dia é possível até visitar este moinho fictício, sim porque dizem que o autor nunca morou em moinho algum, em Saint-Alban-Auriolles. É o Museé Alphonse Daudet, montado na propriedade que pertenceu aos avós dele.
(1 de agosto de 2015)
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