Estava eu, há muitos anos, em visita ao Museu da Sé de Braga, na companhia do professor Geraldo Ferreira e Rosário, quando eis que nosso guia aponta para algo exposto e diz solenemente "este é o chapéu cardinalício do representante de Portugal no Concílio de Trento". Ao que Geraldo, de uma cultura infinita, vira-se candidamente para o guia e diz "mas o representante de Portugal foi o Frei Bartolomeu dos Mártires, e ele não era cardeal". Pronto, azedou de vez o dia daquele pobre guia, que jamais esperaria de um brasileiro esta intervenção.
O Frei Bartolomeu dos Mártires, cujos quinhentos anos de nascimento foram comemorados ano passado, foi arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, considerado um santo homem e declarado Beato pela Igreja Católica. Era da Ordem dos Dominicanos, e quando pediu ao Papa dispensa de suas atribuições, recolheu-se a um convento em Viana do Castelo até a sua morte.
O livro que descreve a vida dele, escrito por Frei Luis de Sousa em 1619, a pedido do superior dos dominicanos, tornou-se um clássico da literatura portuguesa. A primeira vez que vi um exemplar deste livro, em edição moderna, foi mesmo na biblioteca de meu pai, e nunca me arrisquei a lê-lo. Mas sempre me atraiu o nome Bartolomeu dos Mártires, que me parecia então algo muito forte. Hoje é possível ler o livro inteiro através do Google Books.
O autor Frei Luis de Souza (Manuel de Sousa Coutinho) era um fidalgo com vários serviços prestados ao Reino, muito prestigiado pelo Rei de Espanha Felipe II, e que veio a casar-se com uma senhora, dona Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, de Almada, morto na batalha de Alcácer-Al-Quibir. Eles tiveram uma filha que acabou falecendo, e por isso ou por aquilo (há uma peça de teatro de Garrett em que D. João de Portugal ressurge) decidiram separar-se e cada um recolheu-se a um mosteiro. Ele adotou o nome de Frei Luis de Sousa, e como tivesse considerável cultura e era tido como homem de grandes qualidades foi solicitado a escrever esta obra, para dar continuidade ao que havia sido sido iniciado por um outro Frei Luis de Cacegas.
(18 de setembro de 2015)
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O Frei Bartolomeu dos Mártires, cujos quinhentos anos de nascimento foram comemorados ano passado, foi arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, considerado um santo homem e declarado Beato pela Igreja Católica. Era da Ordem dos Dominicanos, e quando pediu ao Papa dispensa de suas atribuições, recolheu-se a um convento em Viana do Castelo até a sua morte.
O livro que descreve a vida dele, escrito por Frei Luis de Sousa em 1619, a pedido do superior dos dominicanos, tornou-se um clássico da literatura portuguesa. A primeira vez que vi um exemplar deste livro, em edição moderna, foi mesmo na biblioteca de meu pai, e nunca me arrisquei a lê-lo. Mas sempre me atraiu o nome Bartolomeu dos Mártires, que me parecia então algo muito forte. Hoje é possível ler o livro inteiro através do Google Books.
O autor Frei Luis de Souza (Manuel de Sousa Coutinho) era um fidalgo com vários serviços prestados ao Reino, muito prestigiado pelo Rei de Espanha Felipe II, e que veio a casar-se com uma senhora, dona Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, de Almada, morto na batalha de Alcácer-Al-Quibir. Eles tiveram uma filha que acabou falecendo, e por isso ou por aquilo (há uma peça de teatro de Garrett em que D. João de Portugal ressurge) decidiram separar-se e cada um recolheu-se a um mosteiro. Ele adotou o nome de Frei Luis de Sousa, e como tivesse considerável cultura e era tido como homem de grandes qualidades foi solicitado a escrever esta obra, para dar continuidade ao que havia sido sido iniciado por um outro Frei Luis de Cacegas.
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