Quando apareceu o primeiro número da icônica (para usar um termo das Olímpiadas Rio 2016) revista Senhor, em 1959, eu que ainda era um menino de uns quatorze ou quinze anos li um artigo de Carlos Lacerda com este mesmo título, e não me esqueci mais. O artigo falava apenas das rosas, ele que as cultivava em seu sítio de Petrópolis, e nada de política, como se sabe a matéria prima de sua personalidade. Não sabia eu naquela época que ele usara emprestado uma frase famosa de Gertrud Stein, repetida muitas vezes daí para frente, e que fez parte do poema Sacred Emily (1913). Dizem que originalmente a frase referia-se a uma certa Rose, mas depois se popularizou como uma expressão que quer dizer que as coisas são como elas são, e pronto. Minha mãe usava um outro ditado, talvez menos poético e mais mineiro, revelando a mesma sabedoria: "tudo é quanto pode ser". Na casa onde nasci, o jardim em formato trapezoide era ornado de roseiras, acompanhando a escadaria. Brotavam rosas rubras como esta aí em cima, brancas, amarelas e rosas rosas. Minha mãe as tratava como filhas.
Carlos Lacerda também publicou um livro com este mesmo título, reunindo diversos artigos, numa época muito conturbada de sua vida, ali no meio dos anos sessenta. E começa com aquele publicado originalmente na revista Senhor. Aliás, aproveito para prestar uma homenagem a meu primo Túlio Vieira da Costa, já falecido, que fez um trabalho notável de recuperar e preservar vários textos de autoria de Carlos Lacerda, inclusive uma vasta correspondência, transformados em muitos livros editados em conjunto pela Universidade de Brasília e a Fundamar, de Belo Horizonte.
Quem poderia supor que no finalzinho dos anos cinquenta uma equipe editorial do porte de Nahum Sirotsky, Paulo Francis, Luiz Lobo, Jaguar e Scliar pudesse colocar no primeiro número de uma revista destinada a revolucionar o mercado de publicações uma Clarice Lispector e um Carlos Lacerda? O Brasil já foi mais tolerante do que é hoje.
"Uma rosa é uma rosa. Nós é que temos de nos definir em relação a ela." (Carlos Lacerda)
(23 de agosto de 2016)
Você encontra este livro aqui em nossa Livraria Virtual, mas também em:
Rotterdam
Tokyo
Aukland
São Paulo
Stuttgart
Toronto
Milano
Berlin
Carlos Lacerda também publicou um livro com este mesmo título, reunindo diversos artigos, numa época muito conturbada de sua vida, ali no meio dos anos sessenta. E começa com aquele publicado originalmente na revista Senhor. Aliás, aproveito para prestar uma homenagem a meu primo Túlio Vieira da Costa, já falecido, que fez um trabalho notável de recuperar e preservar vários textos de autoria de Carlos Lacerda, inclusive uma vasta correspondência, transformados em muitos livros editados em conjunto pela Universidade de Brasília e a Fundamar, de Belo Horizonte.
Quem poderia supor que no finalzinho dos anos cinquenta uma equipe editorial do porte de Nahum Sirotsky, Paulo Francis, Luiz Lobo, Jaguar e Scliar pudesse colocar no primeiro número de uma revista destinada a revolucionar o mercado de publicações uma Clarice Lispector e um Carlos Lacerda? O Brasil já foi mais tolerante do que é hoje.
"Uma rosa é uma rosa. Nós é que temos de nos definir em relação a ela." (Carlos Lacerda)
(23 de agosto de 2016)
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