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Eu me emocionei muito com este livro, que recebi de presente do meu amigo Álvaro. Um diário íntimo de Carlos Drummond de Andrade sobre acontecimentos familiares, que o faziam deslocar-se, constantemente, do Rio de Janeiro para Minas. Ora era a mãe, ora um irmão ou irmã. A narrativa, sem intuito aparente de ser publicada algum dia, e recolhida pelo neto Pedro Augusto, mostra o poeta extremamente preocupado com a família. Eu, que também fiz este caminho entre o Rio e Minas muitas vezes, por razões semelhantes às dele, senti profundamente a leitura. 

O Aeroporto da Pampulha, a Avenida Afonso Pena, o Cemitério do Bonfim, o bairro da Serra. O livro também trata de amigos, como Manuel Bandeira e Rodrigo Melo Franco de Andrade. O relato dos últimos dias do poeta Manuel Bandeira, internado ora no Leblon, ora no Samaritano, é de dar pena.

A palavra que melhor retrata este livro, tão delicado, é realmente saudade. Recomendo a leitura.

Transcrevo parte de um poema (Irmão, irmãos) constante do livro.

Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?
(Carlos Drummond de Andrade)

(Livro Uma forma de saudade, Carlos Drummond de Andrade, Companhia das Letras)

(9 de abril de 2018)

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