Benedito Valadares foi interventor e governador de Minas Gerais. Natural de Pará de Minas, lá fez sua carreira política, sem maiores ambições. Quando faleceu o então governador do Estado de Minas (dizia-se Presidente do Estado) em 1933, Olegário Maciel, as forças políticas se movimentaram para que fosse indicado como interventor Virgílio de Melo Franco, irmão de Afonso Arinos. Era apoiado pelos gaúchos e pelos mineiros. Mas existiam outros fortes candidatos, como Gustavo Capanema, por exemplo. Ocorre que Benedito, então um desconhecido deputado federal (hoje seria algo como pertencente ao baixo clero), pediu uma audiência ao Presidente Getúlio Vargas, dizem que em busca de um emprego público, porque andava muito mal das finanças. Naquele tempo deputado podia ser pobre.
Contou Juscelino, em depoimento ao CPDOC da FGV (registrado no livro Getúlio uma história oral, coordenado por Valentina da Rocha Lima), que Getúlio depois de perguntar-lhe pelos políticos mineiros, indagou o que ele achava dele mesmo. Benedito resumiu dizendo que não era propriamente um homem culto, mas era leal aos amigos. Getúlio então disse-lhe, sem mais essa nem aquela, que iria nomeá-lo interventor, mas não contasse a ninguém, nem à sua mulher. Prossegue Juscelino no seu depoimento que Benedito ao chegar em casa foi logo dizendo à dona Odete que seria o novo interventor em Minas. Dona Odete teria lhe dito "Benedito, eu sempre lhe disse que você não deveria beber..." Pano rápido, como diria Millôr Fernandes.
Benedito Valadares foi interventor e governador de Minas Gerais de 1933 a 1945. Emprestou o nome à cidade mineira de Governador Valadares. Dizem, também, que ele gostava de tomar uma Providência (lá de Buenópolis, perto de Bocaiuva, terra adotiva de meu saudoso irmão Lucílio).
Pois bem, não é que Benedito Valadares escreve um romance denso, agradabilíssimo, com capítulos curtos e uma linguagem muito acessível? As más línguas dizem que o verdadeiro autor do romance Esperidião (tenho aqui uma cópia autografada, edição de 1951) foi Cyro dos Anjos, aclamado escritor mineiro, autor do famoso livro O Amanuense Belmiro (de 1937), romance que exalta a cidade de Belo Horizonte. Eu não sei, só sei que o livro de Benedito é muito gostoso de se ler. Conta a história de um político mineiro dos bons tempos, matreiro. Em um dos últimos capítulos, a propósito de uma escultura projetada por um italiano para a prefeitura de Belo Horizonte, é sugerido que seja a estátua do mineiro nu, que deve simbolizar Minas, na sua pureza de intenções. Envolto, apenas, na bandeira nacional. Bons tempos...
(10 de maio de 2018)
Contou Juscelino, em depoimento ao CPDOC da FGV (registrado no livro Getúlio uma história oral, coordenado por Valentina da Rocha Lima), que Getúlio depois de perguntar-lhe pelos políticos mineiros, indagou o que ele achava dele mesmo. Benedito resumiu dizendo que não era propriamente um homem culto, mas era leal aos amigos. Getúlio então disse-lhe, sem mais essa nem aquela, que iria nomeá-lo interventor, mas não contasse a ninguém, nem à sua mulher. Prossegue Juscelino no seu depoimento que Benedito ao chegar em casa foi logo dizendo à dona Odete que seria o novo interventor em Minas. Dona Odete teria lhe dito "Benedito, eu sempre lhe disse que você não deveria beber..." Pano rápido, como diria Millôr Fernandes.
Benedito Valadares foi interventor e governador de Minas Gerais de 1933 a 1945. Emprestou o nome à cidade mineira de Governador Valadares. Dizem, também, que ele gostava de tomar uma Providência (lá de Buenópolis, perto de Bocaiuva, terra adotiva de meu saudoso irmão Lucílio).
Pois bem, não é que Benedito Valadares escreve um romance denso, agradabilíssimo, com capítulos curtos e uma linguagem muito acessível? As más línguas dizem que o verdadeiro autor do romance Esperidião (tenho aqui uma cópia autografada, edição de 1951) foi Cyro dos Anjos, aclamado escritor mineiro, autor do famoso livro O Amanuense Belmiro (de 1937), romance que exalta a cidade de Belo Horizonte. Eu não sei, só sei que o livro de Benedito é muito gostoso de se ler. Conta a história de um político mineiro dos bons tempos, matreiro. Em um dos últimos capítulos, a propósito de uma escultura projetada por um italiano para a prefeitura de Belo Horizonte, é sugerido que seja a estátua do mineiro nu, que deve simbolizar Minas, na sua pureza de intenções. Envolto, apenas, na bandeira nacional. Bons tempos...
(10 de maio de 2018)
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