Se até o mês de dezembro as jacas dominaram o meu caminho, agora chegou a vez das mangueiras. Enormes, com pencas de mangas ficando amarelinhas bem lá no alto e muitas já caídas pelo chão na Rua Sambaíba, aqui no Leblon.
Isto me fez lembrar das mangueiras da minha infância, aquelas em frente ao Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e aquelas do quintal da casa do meu avô em plena Avenida Afonso Pena. Eu também plantei uma mangueira no quintal lá da minha casa (sim, naquele tempo as casas tinham quintal com muitas frutas), manga carlotinha, e quando voltava à casa materna minha mãe sempre me mostrava a mangueira repleta de mangas.
Meu amigo Antônio Luiz, já falecido, também plantou uma mangueira aqui na Timóteo da Costa, em frente ao prédio em que morou por muitos anos, e ela também é pródiga em frutos, que despencam lá de cima na calçada. Passo quase todos os dias por ela e me lembro dele.
Embora alguns urbanistas possam ser contra, eu acho que esta ideia de ter frutas caindo lá do céu, nas caminhadas, humanizam os bairros e nos fazem lembrar como eram, antigamente, nossas cidades.
Carlos G. Vieira
(6 de janeiro de 2025, Dia de Reis e outras efemérides na cidade mineira de Sabará)
Marcadores: Crônica
3 Comments:
Postagem mais antiga Página inicial
Em Sabará, onde nasci e me criei, havia um sem número de casas com jardins floridos! Em especial, o da minha própria casa, lindo de morrer! Mas a árvore da qual mais me lembro era uma paineira, imensa, que na minha cabeça tinha uns 50 metros de altura por uns 100 de diâmetro!
Ela ficava dentro de um pátio, onde ficava a minha escola!
Até hoje ainda posso sentir, pensando nela, o perfume que as suas flores, cor de rosa e aveludadas, exalavam e eram elas que atapetavam a rua por onde eu passava, para chegar à minha Escola, que eu pisava com todo o cuidado, ao mesmo tempo que apanhava um tanto delas, para por dentro da minha pastinha de couro preta, com uns poucos cadernos, que também eram recheados por elas!
Ai quanta saudade eu sinto daquela paineira, que foi decepada por mãos que não tiveram culpa, apenas cumpriam ordens.
Hoje ainda posso sentir o seu perfume: é só pensar nela, bem devagarinho, que ele vem...