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O Dilema do Prisioneiro (e o trabalho em equipe)
Carlos G. Vieira
O conhecido Dilema do Prisioneiro foi apresentado, pela primeira vez, na Universidade Princeton (do John Nash) em 1950, como um exemplo da teoria dos jogos, e consiste mais ou menos do seguinte: a polícia prende dois indivíduos suspeitos de cometerem um crime leve (roubo de carro) e os coloca em duas celas separadas, sem possibilidade de comunicação entre eles. O detetive suspeita que um deles cometeu também um segundo crime, mais grave, e faz uma proposta. Quem denunciar o autor do crime mais grave e der as pistas para a condenação, fica livre da prisão, enquanto o outro pega cinco anos de cadeia. Se os dois se acusarem mutuamente, os dois pegam três anos. Se os dois ficarem calados, eles só poderão ser acusados do primeiro crime, mas os dois pegam um ano de cadeia cada um.
O Dilema do Prisioneiro, na sua versão clássica (uma única vez) ou em sua versão modificada (possibilidade de interação), tem sido usado para estudar o problema da cooperação entre indivíduos, grupos e nações, em diversos tipos de problemas.
Aqui queremos analisar, brevemente, o problema da cooperação entre equipes em uma mesma empresa. Principalmente, aquelas que trabalham com produtos semelhantes e até concorrentes entre si. Os líderes dessas equipes podem adotar diversas estratégias de atuação. Por exemplo, um dos líderes pode fazer prevalecer o egoísmo e a tentativa de obter o maior resultado possível, às custas da outra equipe, ou pode haver um forte espírito de cooperação entre as duas equipes que as levem a maximizar as oportunidades conjuntas, mesmo que isto represente um valor menor de vendas para cada uma delas.
Como se comporta a natureza humana, nos indivíduos e eles em grupos? Se um líder adotar um comportamento ético e objetivar o maior ganho possível para a organização, poderá optar pela alternativa "ficar calado" (no dilema do prisioneiro), onde as duas equipes ganham, mas todos ganham menos. Ou pode optar pelo grande lance individual, onde a sua equipe parte para o tudo ou nada.
No Dilema do Prisioneiro, um componente importante do jogo, além das personalidades envolvidas, é a antecipação da escolha que será feita pela outra parte. Pressupostamente, as duas partes são amigas e companheiras (ou pertencem a uma mesma empresa), mas na hora em que entra em jogo a sobrevivência, uma delas poderá não se comportar como tal, sobretudo se elas não se comunicam com frequência. No caso dos prisioneiros, como eles não podem se comunicar (e no caso da empresa, podem existir incentivos organizacionais que estimulem a competição e não a cooperação), eles terão que especular qual será o comportamento mais previsível da outra parte, e adotar uma estratégia compatível. De fato, torna-se um jogo.
O Dilema do Prisioneiro nos conduz a algumas reflexões para o trabalho em equipe.
O Dilema do Prisioneiro, na sua versão clássica (uma única vez) ou em sua versão modificada (possibilidade de interação), tem sido usado para estudar o problema da cooperação entre indivíduos, grupos e nações, em diversos tipos de problemas.
Aqui queremos analisar, brevemente, o problema da cooperação entre equipes em uma mesma empresa. Principalmente, aquelas que trabalham com produtos semelhantes e até concorrentes entre si. Os líderes dessas equipes podem adotar diversas estratégias de atuação. Por exemplo, um dos líderes pode fazer prevalecer o egoísmo e a tentativa de obter o maior resultado possível, às custas da outra equipe, ou pode haver um forte espírito de cooperação entre as duas equipes que as levem a maximizar as oportunidades conjuntas, mesmo que isto represente um valor menor de vendas para cada uma delas.
Como se comporta a natureza humana, nos indivíduos e eles em grupos? Se um líder adotar um comportamento ético e objetivar o maior ganho possível para a organização, poderá optar pela alternativa "ficar calado" (no dilema do prisioneiro), onde as duas equipes ganham, mas todos ganham menos. Ou pode optar pelo grande lance individual, onde a sua equipe parte para o tudo ou nada.
No Dilema do Prisioneiro, um componente importante do jogo, além das personalidades envolvidas, é a antecipação da escolha que será feita pela outra parte. Pressupostamente, as duas partes são amigas e companheiras (ou pertencem a uma mesma empresa), mas na hora em que entra em jogo a sobrevivência, uma delas poderá não se comportar como tal, sobretudo se elas não se comunicam com frequência. No caso dos prisioneiros, como eles não podem se comunicar (e no caso da empresa, podem existir incentivos organizacionais que estimulem a competição e não a cooperação), eles terão que especular qual será o comportamento mais previsível da outra parte, e adotar uma estratégia compatível. De fato, torna-se um jogo.
O Dilema do Prisioneiro nos conduz a algumas reflexões para o trabalho em equipe.
- As equipes não deveriam atuar isoladamente. Parece ser errado achar que cada um deve cuidar apenas de seu próprio território. Estes podem ser, e muitas vezes são, superpostos. O futuro de uma equipe pode estar atrelado ao de outra.
- Não deveria existir um incentivo institucional à competição das equipes internas, ao "darwinismo" organizacional. Isto redunda em políticas de auto-destruição, ou muito comumente, na canibalização de produtos da mesma empresa.
- Os líderes das equipes devem ter chance de se conhecerem melhor, e portanto, de desenvolver um nível adequado de cooperação. Líderes que não se conhecem o suficiente são levados a especular sobre qual será o comportamento do outro, em situações de conflito.
- Deveria ser enfatizado (e tornado público sempre que possível pelos altos executivos da empresa) que, do ponto de vista organizacional, não interessa uma equipe ganhar e outra perder (o ganha-perde).
- Em resumo, a cooperação sempre terá um ganho final positivo em relação a outras possíveis alternativas de ação.
Carlos G. Vieira é coautor do livro "Gerente Animador"
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